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Como dar segurança aos seus herdeiros com Bitcoin

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Ao conversar com pessoas muito bem sucedidas sobre Bitcoin, é comum surgir a pergunta de “como ficam meus herdeiros?”.

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À medida que envelhecemos (e aumentamos nosso patrimônio), imagino que será uma preocupação de todos os indivíduos que possuem criptomoedas.

Os desafios são diversos. A autocustódia pode ser tão segura que, sem um plano de herança, você corre o risco de ‘levar’ suas moedas com você quando falecer — por isso o planejamento é essencial.

Neste artigo vamos tratar dos problemas da herança tradicional, de como o Bitcoin resolve parte deles, das novas dificuldades que o Bitcoin cria e das formas práticas de mitigá-las.

A herança no sistema tradicional

Quando alguém falece com dinheiro no banco, investimentos em corretora de valores e imóveis, a família geralmente enfrenta:

• Um inventário que pode demorar anos

Os bens deixados ficam travados por meses ou até anos. Quanto mais litigioso o processo de inventário, pior. Os herdeiros veem muitas vezes taxas e juros de dívidas do falecido dilapidando o patrimônio deixado.

• Custos altos

Advogados, taxas, impostos, escritura, registro… Somando tudo se pode chegar a 20% de toda a herança com a burocracia.

• Falta de controle

Em última instância, o Estado tem a palavra final sobre o que é liberado, quando será liberado e como será dividido. Você não está sob o controle do que é seu. 

Os problemas que o Bitcoin resolve

Com um ativo de autocustódia como o Bitcoin, é possível retomar completamente o controle. Mas existem alternativas para todos os tipos de perfis.

A seguir algumas das possíveis vantagens de deixar pelo menos parte da herança em bitcoin para seus herdeiros:

• A herança está disponível imediatamente

Ninguém congela, ninguém bloqueia, ninguém veta a transferência. O dinheiro está disponível no momento em que o herdeiro consegue acesso à carteira de Bitcoin do falecido.

• Custo baixíssimo

A distribuição de bens pode ser realizada em apenas uma transação. O custo cai de cerca de 20% para algumas centenas de satoshis (alguns centavos de dólar em BTC).

• Possibilidade de controle total

Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda em corretoras, fundos de investimentos ou ETF seguem as mesmas regras que qualquer outro investimento tradicional. Mas se guardado em autocustódia, o controle sobre o destino das moedas é absoluto.

Nada impede que a herança seja entregue de forma privada, superando até regras burocráticas como a de herdeiros necessários (mínimo de 50% da herança para descendentes, ascendentes e cônjuge, independente da vontade do falecido).

• Independência do governo

Se em autocustódia, o bitcoin não pode ser confiscado ou retido pelo Estado no processo de inventário. O acesso depende exclusivamente de quem tem as chaves.

Ao mesmo tempo, isso gera desafios. É preciso encontrar um equilíbrio: não facilitar tanto o acesso que um atacante consiga as chaves, nem dificultar tanto que seus herdeiros não consigam recuperá-las.

As dores de deixar Bitcoin para herdeiros

A solução Bitcoin não é mágica. É possível resolver inúmeros problemas, mas também surgem dificuldades:

• Chave privada perdida é herança perdida

Por ser descentralizado, o Bitcoin não tem um serviço de “recuperação de senha” como um banco.

A perda de moedas não é incomum. Analistas da Chainalysis estimaram em 2018 que cerca de 2,3 a 3,7 milhões de BTC estariam perdidos para sempre.

Para deixar suas criptomoedas para seus herdeiros, não basta vontade, mas é imprescindível o planejamento.

• Risco de invasão durante a vida

O outro lado da moeda é facilitar demais e comprometer a segurança do seu patrimônio ainda em vida. Se as chaves estiverem acessíveis demais, suas moedas ficam em risco significativo.

• Herdeiros tecnicamente despreparados

Se não houver o mínimo de preparo, seus herdeiros podem não entender sobre recuperação de carteira ou, em alguns casos, nem saber sobre as suas moedas.

Mesmo que os herdeiros venham a buscar conhecimento mais tarde, eles podem pedir ajuda à pessoa errada ou cometer erros que ponham tudo em risco; por isso o plano de sucessão deve prever suporte técnico e instruções claras.

As principais alternativas para herança em Bitcoin

O lado positivo é que já existem soluções práticas para assegurar que seus herdeiros tenham acesso ao seu bitcoin minimizando estes riscos.

Separamos os possíveis planejamentos de acordo com o perfil de investidor ou problema a ser resolvido.

Provavelmente você encontrará abaixo uma opção que faça sentido para o seu caso — ou, no mínimo, os caminhos propostos o(a) farão refletir e ajudarão a chegar a uma solução adequada.

• Custódia compartilhada (multi assinatura)

Uma preocupação válida é a dificuldade do herdeiro acessar a sua carteira, em caso de bitcoin em autocustódia.

Para isso, existem soluções empresariais como a Nunchuk, Unchained Capital e CasaHodl. São todas similares, mas com suas particularidades.

Um dos modelos que elas oferecem é a multisig 2-de-4. Isso significa que a carteira possuirá 4 chaves privadas, e serão necessárias pelo menos duas para movimentar as moedas.

Neste esquema, você criará três das quatro chaves, enquanto a empresa cria e segura a quarta. A primeira chave você deixará na posse do herdeiro e ficará com a segunda e a terceira.

Isso significa que, em vida, apenas você usará a sua carteira de bitcoin. Após a sua partida, o herdeiro precisará de mais uma chave além da que ele já segura, que pode ser uma sua ou o backup da empresa.

Também existem outros esquemas que podem fazer mais sentido para outros perfis, como multisig 2-de-3, com apenas uma chave para você, outra para o herdeiro e a chave reserva com a empresa.

Por fim, elas também oferecem planos com suporte especializado e acompanhamento passo a passo para leigos.

  • Vantagens: adicionam um grau elevado de segurança, com suporte dedicado, e podem diminuir o risco do herdeiro te furtar ainda em vida.
  • Desvantagens: custam de 250 a 750 dólares por ano e algumas diminuem sua privacidade (todas exigem KYC, exceto a Nunchuk).

• Solução de singlesig + senha

Se a carteira multi assinatura for complicada demais, você pode perfeitamente fazer a segurança da sua carteira para herança com assinatura única e uma senha.

Várias carteiras oferecem a opção de encriptar a sua chave com uma senha adicional. Isso significa que para recuperar os seus bitcoins é necessário não apenas as 12 ou 24 palavras como de costume, mas também uma senha escolhida manualmente.

Isso abre espaço para fazer a passagem da sua herança de maneira segura, separando a seed da senha. Uma opção é entregar a seed para os herdeiros e deixar a senha em testamento.

Isso envolve um certo nível de confiança, pois quem estiver com o testamento poderia entrar em conluio com os herdeiros para lhe roubarem ainda em vida. Se essa for uma preocupação, basta enviar a senha aos filhos por um Dead Man’s Switch, que basicamente é uma mensagem disparada após o seu falecimento.

  • Vantagens: baixa complexidade, baixo custo, alta segurança e, se feito com ajuda profissional, terá suporte dedicado.
  • Desvantagens: requer conhecimento técnico tanto seu quanto do herdeiro, embora possa ser resolvido com ajuda profissional.

Se quiser garantir a sua herança com essa solução simples, a Soberano ensina como você pode configurar todo esse processo, incluindo o agendamento de mensagem com instruções claras ao(s) herdeiro(s) sobre como recuperar a carteira.

Com o passo a passo completo, você terá tranquilidade para saber que sua herança será transferida com custo baixíssimo, ao mesmo tempo em que usufrui dos seus bitcoins por toda a vida com segurança. Preencha o formulário abaixo para entrar em contato com a Soberano para saber mais:

Formulário de Herança

• Dividir sua chave privada e distribuir aos herdeiros usando Shamir

Uma alternativa para quem tem muitos filhos. A chave privada da sua carteira pode ser dividida em várias partes usando backup Shamir.

Shamir é uma solução criptográfica que permite a divisão da chave privada em várias partes, sendo apenas algumas o suficiente para recuperar a carteira (similarmente a solução multisig explicada anteriormente).

A distribuição das partes pode se dar por meio de SafeKeys, uma espécie de pen drive que armazena essas informações importantes. Sozinhas, elas não significam nada, mas unidas elas recuperam o saldo da sua carteira.

A plataforma criada pela SafeKey e Inheriti permite que se construa essa estrutura de forma simples, e adiciona um Dead Man’s Switch para “destravar” a herança.

Em outras palavras, os dados que estarão dos dispositivos distribuídos aos herdeiros ficam inacessíveis até que a herança seja ativada. E ela é ativada através da passagem de um determinado tempo, sem que você adie mais uma vez esse prazo.

Na teoria, você só vai deixar de adiar a iniciação do processo de herança quando falecer. Isso garante que não tentem gastar suas moedas antes da hora. 

  • Vantagens: enquanto vivo, você se mantém como único detentor da sua chave privada.
  • Desvantagens: precisa comprar SakeKeys para cada um dos herdeiros e contratar a plataforma da Inheriti. Requer também algum conhecimento técnico para garantir que a herança seja resgatada com sucesso.

• Simplesmente deixar um backup com o herdeiro

Caso você tenha confiança total no seu herdeiro, tanto em honestidade quanto em conhecimento técnico, a solução mais fácil é deixar um backup de sua wallet de única assinatura com ele.

Essa alternativa é análoga a transferência dos bens ainda em vida, mas com usufruto vitalício do doador. Até mesmo para outros ativos existem vantagens tributárias nesta solução.

Mas é importante ficar atento a alguns pontos, pois desentendimentos podem acontecer. Se você tiver mais de um herdeiro, esse caminho precisa ser muito bem conversado para dar certo.

Alternativamente, esse backup da chave privada pode ser entregue através de um manual Dead Man’s Switch, mensagens que podem ter o envio programado e indefinidamente adiado, até que você suma e o agendamento seja cumprido.

Vale notar, porém, cuidados adicionais com esse tipo de solução, pois está sujeita a disparo acidental da mensagem, problemas técnicos que podem resultar no não disparo ou aumento do risco de roubo (dependendo das informações compartilhadas e por onde ela é enviada).

  • Vantagens: baixo custo, baixa complexidade.
  • Desvantagens: requer conhecimento técnico do herdeiro e adiciona uma camada de insegurança, pois sua única chave está exposta em mais de um local. E seu herdeiro pode levar seu dinheiro antes do seu falecimento ou perder a chave para um atacante externo.

• O investimento em bitcoin por meio tradicional

Embora volte algumas casas no sentido de resolver os problemas citados neste artigo, entendo que para alguns perfis o ideal seja não entrar em terreno desconhecido.

É perfeitamente aceitável investir em bitcoin da maneira tradicional, e a herança se dará por maneira também similar a diversos outros tipos de ativos.

Se esse for o seu perfil, você provavelmente investirá por meio de ETF como QBTC11 ou HASH11; ou ações de empresas do mercado como MicroStrategy (MSTR) ou OrangeBTC (OBTC3); ou por exchange de criptomoedas.

No caso de investimentos em Bitcoin por meio de corretoras, ETFs ou ações, a sucessão segue as regras tradicionais: no processo de inventário, o juiz pode determinar o bloqueio dos ativos e só liberá-los ao final da divisão de bens.

  • Vantagens: baixa complexidade e é seguro juridicamente.
  • Desvantagens: abdica-se da custódia e não resolve os problemas citados no início do artigo: custa caro e demora.

Conclusão

Bitcoin te dá liberdade e soberania, mas exige responsabilidade. Ele já resolve vários problemas clássicos do mundo das heranças, mas cria outros que você precisa antecipar.

Com organização e um processo pensado especialmente para a sua situação, você garante que o patrimônio que você construiu vai realmente para quem você ama, sem depender do Estado.

Planeje quanto antes, pois nunca se sabe o amanhã.

Seu bitcoin só está realmente seguro quando você está seguro… e seus herdeiros também.

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