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O fim do dinheiro físico representaria um duro golpe na privacidade financeira, e portanto na liberdade individual.
O mais recente ataque ao papel-moeda veio na aprovação do projeto que proíbe dinheiro vivo em compra e venda de imóveis na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em 26 de novembro de 2025.
Além disso, o texto determina que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve estabelecer limites e condições para o uso de dinheiro vivo no país, incluindo para pagamentos de boletos e cheques.
Para se tornar lei, o texto ainda deve ser aprovado pelos deputados e sancionado pelo presidente. Segundo o autor, o objetivo do projeto é combater a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro.
A ideia é simples: aumentar a rastreabilidade das transações financeiras no Brasil para diminuir os crimes. Mas isso tem um custo altíssimo.
O governo brasileiro vem avançando há anos contra o dinheiro vivo. Em 2020, o PL 4.068 tentou suspender gradualmente a produção, circulação e uso do papel-moeda em até cinco anos. No mesmo ano, o PLP 214 buscou o mesmo objetivo, propondo substituir o dinheiro físico por uma moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC).
Também não é exclusividade do Brasil. É interessante para qualquer governo do mundo ter mais controle sobre o que as pessoas fazem com o fruto do próprio trabalho. Na China, onde os pagamentos por apps como AliPay e WeChat Pay são dominantes, os hábitos de consumo são cuidadosamente monitorados.
Além de investigações que podem ser abertas por algo tão simples quanto a compra de um livro, a vigilância em massa abre espaço para todo um mercado paralelo de dados.
Segundo a Wired, uma investigação da SpyCloud revelou que funcionários internos chegam a faturar até US$ 10 mil por dia vendendo pacotes de dados sensíveis — incluindo informações bancárias, geolocalização e registros de vigilância estatal.
Depois dos próprios governantes, quem mais se beneficia do monitoramento em massa são os golpistas, sequestradores e stalkers.
Outro risco da abolição do dinheiro vivo é a facilidade de censurar opositores. Não é uma teoria da conspiração, já é realidade e tende a piorar com a digitalização completa da moeda estatal. Listo alguns exemplos a seguir:
O caso de Julian Assange é curioso, pois a sua perseguição o levou a utilizar o Bitcoin como novo meio para doações, e isso levou a uma valorização de 50.000% em cima das doações, o que deixou a Wikileaks tranquila financeiramente por muitos anos.
O dinheiro em espécie, por não guardar de nenhuma maneira o seu histórico de transações, é definitivamente a forma mais privada de comprar e vender. Então de certa forma, em um mundo cada vez mais monitorado, o dinheiro vivo ainda protege a autonomia e a liberdade das pessoas.
Privacidade é um direito humano básico, e não serve apenas aos criminosos.
Mas, querendo ou não, caminhamos para um mundo mais digital. Mesmo desconsiderando as legislações que buscam forçar os métodos rastreáveis de pagamentos, por comodidade os pagamentos online ganham tração ao redor do mundo.
E por outro lado, o Bitcoin, mesmo sendo uma moeda digital, é descentralizado e permite transações sem intermediários, assim como o dinheiro vivo. E caso não seja comprado em corretoras que exigem envio de documentos, também oferece certo nível de privacidade.
Além disso, a rede paralela ao blockchain do Bitcoin, Liquid, oferece um nível de privacidade avançado. A criptomoeda Monero oferece solução semelhante para transacionar valores com segurança no mundo digital.
Ao abdicar da comodidade de pagamentos online tradicionais, comprar e vender com dinheiro vivo, Monero ou Bitcoin (com certo cuidado) é proteger seus dados, sua autonomia e liberdade. Em outras palavras, é retomar a sua soberania financeira.
ONGs ao redor do mundo, como a American Civil Liberties Union (ACLU), já lutam contra a ideia de sociedade sem dinheiro vivo. Mas ainda caminhamos neste sentido e nada indica mudança de direção. A única solução definitiva é individual: proteja a sua liberdade e a da sua família, em primeiro lugar.